Como escolhemos o nosso amor

Você já parou para pensar sobre como o nosso cérebro escolhe as pessoas por quem nos atraímos, ou seja, como escolhemos o nosso amor? 

Se fôssemos nos basear apenas no que o romantismo nos ensinou ao longo dos tempos, a explicação seria que o nosso instinto nos guia naturalmente para aqueles indivíduos que são afetuosos, e bondosos conosco. 

Somos atraídos pelo parceiro que melhor atenderá às nossas necessidades emocionais, que compreenderá a nossa tristeza e nos tornará mais fortes. 

O jeito romântico de compreender as relações conjugais simplesmente atribuiria as nossas dificuldades no amor ao fato de não termos procurado direito os “ingredientes” básicos da pessoa certa. 

Porém, vamos combinar: será verdade que o nosso cérebro instintivamente nos atrai invariavelmente para aqueles que nos farão felizes? 

Afinal de contas, na prática, por que tantas pessoas se apaixonam por outras pessoas que não são boas para elas? 

Questões como estas costumam gerar muitas dúvidas quando paramos para analisá-las, já que estamos falando sobre o comportamento do nosso cérebro. 

Se você tem interesse em saber mais sobre o assunto e saber como o nosso cérebro escolhe as pessoas por quem nos atraímos, continue a leitura! 

Como o nosso cérebro funciona quando se trata de escolher o nosso amor? 

A resposta da ciência é que a dificuldade da nossa obediência dos instintos por sua vez costuma ser um verdadeiro desastre.

O que acontece é que nos apaixonamos não por quem se importa conosco de um jeito ideal, mas por quem se importa conosco de um jeito já conhecido pelo nosso cérebro. 

O amor na vida surge a partir de um modelo criado mentalmente na nossa infância, de como devemos ser amados, de como devemos reconhecer isso. 

Nós podemos até acreditar que nós estamos buscando a felicidade no amor, mas, na verdade, estamos atrás de familiaridade. Entenda melhor como isso funciona a seguir. 

Recriando sentimentos que conhecemos na infância

Tentamos recriar em nossos relacionamentos da vida adulta os mesmos sentimentos que conhecemos tão bem na infância e que raramente se limitavam apenas a ternura e carinho. 

O amor que a maioria de nós experimentou no início da vida se misturava com algumas dinâmicas até mesmo destrutivas. 

Por exemplo, o sentimento de ter sido privado do afeto do pai, a raiva ou o medo da mãe ou do pai e assim por diante. 

Além disso, até mesmo a sensação de não se sentir seguro o suficiente para transmitir os nossos próprios desejos e sentimentos mais complexos que temos. 

Então, é muito lógico que depois de adultos, acabemos rejeitando alguns candidatos. 

Isso não porque eles sejam errados ou incompatíveis, mas muitas vezes por serem pouco “certinhos demais”, no sentido de que parecem equilibrados, maduros e confiáveis. 

Dado que nosso coração, essa correção toda, pode parecer estranha. Então, nós corremos atrás de outros mais estimulantes pela noção cerebral de que serão tranquilizadores, familiares, também em seus padrões de frustração.

É claro que também nós podemos ter desejos legítimos por qualidade, como inteligência, charme, generosidade e assim por diante. Mas também podemos estar fadados a sentir atração por tendências mais problemáticas. 

Alguém que está sempre ausente, que nos trata certo desdém, que precisa estar cercado de amigos o tempo todo, por exemplo. 

Mais um pouco sobre a ciência e a escolha do nosso amor

A atração que sentimos por outras pessoas é estimulada pelas mesmas vias cerebrais que controlam a sensação de “recompensa”. 

Isso explica por que os estágios iniciais do relacionamento costumam ser tão estimulantes. 

A dopamina é produzida pelo hipotálamo – a via de recompensa do cérebro – , que provoca a sensação de euforia quando estamos próximos de quem amamos. 

Níveis altos de dopamina estão relacionados à produção do hormônio norepinefrina, que pode provocar a perda de apetite e afetar a qualidade do sono.

Já a norepinefrina desempenha um papel fundamental no modo de “lutar ou fugir” do cérebro, que entra em ação quando uma pessoa está estressada ou encontra-se em uma situação extrema. 

Vale dizer que pesquisas sobre o cérebro mostraram que o centro primário do órgão vê uma grande faísca quando as pessoas veem a imagem da pessoa amada.

E, claro, a serotonina não pode deixar de ser citada. Ela é liberada logo após conhecermos alguém que achamos atraente e, por sua vez, tem um grande impacto em nossos sentimentos. 

A combinação da serotonina com a dopamina influencia tanto nos estágios iniciais de um relacionamento que as pessoas podem atribuir seus efeitos ao amor. E é daí que pode vir o “amor à primeira vista”. 

Todos os termos citados podem ser totalmente desconhecidos para muitas pessoas, mas, a grande questão, é compreendermos como o cérebro se comporta quando o assunto é a escolha do nosso amor e como ele se comporta quando estamos apaixonados. 

Últimas considerações

A atração que sentimos por outras pessoas pode se originar de memórias e associações da nossa infância, mas também podem crescer como resultado de uma comunicação consistente. 

Por exemplo, o contato visual é uma forma de linguagem corporal e indica que você está mantendo o foco na pessoa com quem está conversando. 

Isso pode fortalecer os relacionamentos e serve como uma forma de se diferenciar dos outros. 

No entanto, com este artigo, conseguimos entender que se fôssemos nos basear naquele romantismo que aprendemos ao longo dos tempos, a explicação sobre como escolhemos o nosso amor seria apenas porque iríamos preferir as pessoas que são bondosas e afetuosas conosco, mas não é assim que funciona na prática. 

Quando se trata do comportamento do nosso cérebro ao escolher quem amamos, a verdade é que nos apaixonamos por quem se importa conosco de um jeito que já conhecemos. 

Ou seja, essa escolha é feita a partir do que o cérebro associa às lembranças de quando éramos crianças. 

Pode parecer que estamos buscando pela felicidade no amor. Porém, estamos em busca de familiaridade. 

Espero que tenha gostado do conteúdo e que, depois desta leitura, esteja mais claro como escolhemos o nosso amor quando se trata do comportamento do nosso cérebro.

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